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Diário de um VC: Venture Capital como uma filosofia de vida

Quando Vilfredo Pareto começou a notar que apenas algumas vagens na sua horta produziam a maior parte das ervilhas*, ele não pode deixar de comparar tal observação com o fato de que a maior parte da riqueza da Itália estava concentrada em um número reduzido de pessoas e famílias. Pesquisando outros países, ele descobriu que uma distribuição semelhante acontecia em todos os lugares.
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Diário de um VC: Venture Capital como uma filosofia de vida
Diário de um VC: Venture Capital como uma filosofia de vida

Quando Vilfredo Pareto começou a notar que apenas algumas vagens na sua horta produziam a maior parte das ervilhas*, ele não pode deixar de comparar tal observação com o fato de que a maior parte da riqueza da Itália estava concentrada em um número reduzido de pessoas e famílias. Pesquisando outros países, ele descobriu que uma distribuição semelhante acontecia em todos os lugares.

E não apenas no quesito riqueza tal fenômeno era observado. A popularidade das pessoas em um escola, comunidade ou país; as músicas e livros de sucesso; o tamanho das cidades em um país; a incidência das chuvas ao longo de uma estação. Todos esses fenômenos seguiam uma distribuição que ficaria conhecida como o princípio de Pareto, ou regra 80-20: 80% do "estoque" de popularidade fica com apenas 20% das pessoas.

De uma certa maneira, a definição de sucesso em quase todas as atividades humanas, se resume a fazer parte desses 20%. Os 20% dos esportistas de sucesso ganham 80% dos prêmios; os 20% dos escritores ficam com 80% das vendas de livros, assim como as 20% das modelos que ficam com 80% das verbas publicitárias.

Longe de ser um princípio perverso, que justifica a concentração de renda ou outros bens como algo imutável e estático, o princípio de Pareto salienta a mobilidade e a reciclagem desses 20%: os cantores mais famosos da década de 50 não eram os mesmos da de 60. Assim como as maiores empresas da década de 90 não são as maiores de hoje.

Ao longo da história, vários tipos de impresarios foram tentando "produtizar" o próximo sucesso: os times de futebol, as agências de modelo, as editoras de livro, os estúdios de cinema e as gravadoras de música. Mas nos últimos 35 anos, nasceu um novo tipo de agregador que vem mudando completamente não só a maneira de se criar o próximo sucesso, mas a maneira de se criar o futuro: os fundos de venture capital (VC).

Enquanto as gerações anteriores de impresarios eram responsáveis pelos filmes, musica e modelos que você via e consumia, os fundos de venture capital são responsáveis pela maneira como você se locomove, as ferramentas com os quais você trabalha, e até o dinheiro que você recebe.

Armada de dinheiro, relacionamentos e um entendimento profundo das características dos talentos potenciais e das táticas de como criar grandes empresas, a indústria de venture capital vem criando mais conhecimento e mais riqueza que qualquer outro tipo de agregador de talento na história da humanidade.

O impacto econômico da indústria de venture capital é estrondoso. Só nos Estados Unidos, 43% das empresas listadas em bolsa, 57% da capitalização de mercado, 38% das vagas de trabalho e 82% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, passaram pelas mãos dos fundos de VC.

Além de criar grandes empresas, o ecossistema do venture capital vem destilando e disseminando as táticas e estratégias que permitem entender o principio de Pareto e como usar da exponencialidade, para qualquer mudança que desejemos provocar no mundo, seja ela econômica, social ou política.

Em nosso último encontro com nossos investidores, procuramos compartilhar nossas impressões sobre os conceitos que regem a exponencialidade no contexto da história da indústria de venture capital, e quais são as melhores práticas e modelos mentais que tornam esse mundo tão interessante.

Assista aqui o vídeo do Bootcamp: Startup Investor, veja aqui os slides do Bootcamp, e baixe aqui a Trilha Startup Investor com as nossas referências bibliográficas para quem quer explorar com maior profundidade esses modelos mentais.

*Food for thought: você já pensou o que seria das ciências se não fossem as ervilhas?

Edson Rigonatti

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Edson Rigonatti

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