Evolução do VC no Brasil e perspectivas para o futuro
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Escrito por Vitor Pajaro e Guilherme Lima
Nas últimas duas décadas o ambiente de empreendedorismo nasceu, floresceu e deu frutos no Brasil. Isso graças a diferentes agentes desse ecossistema, desenvolvidos principalmente por pessoas e pela iniciativa privada com uma visão de longo prazo. Esse movimento permitiu que florescesse um ambiente próspero de talentos e criação de valor. No empreendedorismo brasileiro, se no início dos anos 2000 jogávamos futebol de várzea com bola de meia, hoje podemos dizer que já estamos competindo na Champions League, enquanto polimos os alicerces necessários para a disputa de uma eventual Copa do Mundo.
A base de um ecossistema empreendedor, como o nome supõe, é a sua comunidade de Talentos - sejam fundadores e fundadoras ou colaboradores com experiência em empresas de alto crescimento - que constroem as organizações e as startups, e o capital empreendedor - sejam de Investidores, sejam gestores profissionais ou pessoas físicas - que impulsionam e fomentam a construção dessas empresas emergentes.
Junto a isso, no mesmo ambiente, existem diversos outros agentes - como hubs e espaços de inovação, aceleradoras, governo, advisors etc.. - chaves para que as conexões e construção de valor entre investidores e empreendedores aconteçam.
Conforme o ecossistema vai maturando e acontecem os primeiros casos de sucesso por meio distribuição de valor a partir de saídas de sucesso e solidificação do conhecimento de construção de startups, os fundadores acabam se tornando investidores e mentores da nova geração de startups ou decidem criar novas empresas, se tornando os chamados empreendedores seriais. Da mesma forma, os colaboradores dessas empresas dessa primeira geração usam a sua experiência para fundar novas empresas, criando o que chamamos de mafias de colaboradores de empresas de tecnologia, ou do perfil de empreendedores mafia-tech.
Essas conexões geram loops que se retroalimentam, criando um ciclo de prosperidade para ecossistema, como visualmente apresentado na imagem abaixo.
Flywheel de Prosperidade de um Ecossistema de Venture Capital:

Ainda nesta linha, essa prosperidade inspira e atrai novos empreendedores, investidores e agentes para impulsionar ainda mais essa força motriz.
O gráfico abaixo demonstra bem como funciona o efeito cascata que o ciclo de maturação de um Flywheel de geração de valor promove em um ecossistema de Startups. No exemplo, Paulo Veras, cofundador da 99, fundada em 2012, seguiu suportando com investimentos, mentorias e inspiração, para outras diversas iniciativas que surgiram nos anos subsequentes desse ciclo.

O intuito desse artigo é trazer um pouco da nossa visão, como uma gestora de fundo especialista em Brasil, sobre como a história subsidiou o desenvolvimento do ambiente de capital empreendedor no país, como chegamos a tal maturidade e o que podemos esperar para os próximos anos.