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Fabricio Pezente: Co-founder e CEO da Traive

Engenheiro, apaixonado por esportes e empreendedor de soluções financeiras para a indústria agrícola. Foi ao lado da sua esposa, Aline Oliveira, durante os estudos no MIT (Massachusetts Institute of Technology) que Fabricio cofundou a Traive em 2018. O Brasil é responsável por cerca de 10% da produção agrícola do mundo, a indústria mais importante para a continuidade da espécie humana. Ser um agente transformador desse mercado é a missão da Traive, dando acesso a capital para os produtores rurais. Para isso, Fabricio hoje lidera um time de mais de 100 pessoas, distribuídas em 7 países como Índia, Argentina, Gana e Nigéria.
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Fabricio Pezente: Co-founder e CEO da Traive
Fabricio Pezente: Co-founder e CEO da Traive

Nome: Fabricio Pezente
Cidade:
Boston
Empresa:
Traive 
Data de fundação:
2018

A Traive em 1 tweet: Tecnologia e inteligência para o crédito agrícola, conectando a necessidade do produtor ao mercado financeiro.

Engenheiro, apaixonado por esportes e empreendedor de soluções financeiras para a indústria agrícola. Foi ao lado da sua esposa, Aline Oliveira, durante os estudos no MIT (Massachusetts Institute of Technology) que Fabricio cofundou a Traive em 2018. 

O Brasil é responsável por cerca de 10% da produção agrícola do mundo, a indústria mais importante para a continuidade da espécie humana. Ser um agente transformador desse mercado é a missão da Traive, dando acesso a capital para os produtores rurais. Para isso, Fabricio hoje lidera um time de mais de 100 pessoas, distribuídas em 7 países como Índia, Argentina, Gana e Nigéria. 

Confira a entrevista abaixo.

De onde surgiu a ideia para fundar a Traive?

A Traive veio de uma mistura de experiências prévias minhas e da Aline, minha cofundadora e esposa. Eu venho do mercado financeiro, e ocupei  uma posição específica de vender ativos de crédito para investidores fora do Brasil. Já a Aline tinha uma posição de  Head de M&A para a América Latina de uma das principais empresas agrícolas do mundo. Quando fomos para o MIT estudar, começamos a olhar o que as fintechs aqui nos Estados Unidos estavam fazendo em outras indústrias e percebemos que havia um gap de solução de intermédio de crédito para a indústria agrícola brasileira que precisava ser endereçado. Vivemos o problema de perto e fomos atrás de adaptar as soluções bem-sucedidas para o setor agro.

Como é tocar a operação da Traive morando nos EUA? Quais são os benefícios? E os desafios?

Ainda existem alguns desafios, mas foram amenizados pela pandemia. Antes, seria menos compreensível, mas agora, todas as empresas já vivenciam algum tipo de rotina remota. No entanto, acredito que não seja fácil para ninguém criar uma cultura remotamente. O benefício, sem dúvidas, é não ter que estar presencialmente em todos os eventos que sou convidado. A maioria dos CEOs se sente na obrigação de comparecer a diversos eventos, mas perdemos o dia inteiro, é pouco produtivo. Hoje, só consigo participar ativamente de diversas frentes da Traive porque consegui dividir bem meu tempo em uma rotina híbrida que me permite ficar  100% focado na empresa.

Imagino que não seja simples encontrar profissionais com experiência nos três pilares da Traive (financeiro, agrícola e tecnológico), certo?

É um desafio gigantesco. Aprendemos que é muito raro achar  experiência nessas três frentes em uma mesma pessoa para contratarmos. Precisamos investir em treinamento e no compartilhamento de experiências internamente. Fazemos muitas sessões de knowledge sharing e estamos investindo fortemente em documentação. Esse foi o nosso foco nos últimos meses. Temos milhares de páginas no Confluence para descrever o que fazemos e como fazemos para facilitar o onboarding a aumentar a produtividade do time. 

Um dos motivos por quê decidimos ficar nos EUA é para atrair talentos de tech. Funciona bem, é mais caro, mas é um investimento de curto prazo para se pagar no médio. Hoje, temos 100 pessoas e quase 80 em tecnologia.

Quais são os impactos positivos para a sociedade da Traive?

Quando uma solução impacta positivamente o produtor agrícola, impacta toda a sociedade em geral. Todas as pessoas são em algum grau dependentes da produção agrícola. Quem financia o sistema agrícola são os distribuidores de insumos. E esses agentes têm um problema sério para fazer crédito. Na medida que você melhora a infra-estrutura tecnológica e financeira de quem dá crédito para o produtor, você melhora e diminui os custos de toda a cadeia.


Se você pudesse escolher o headline de uma matéria sobre a Traive daqui a 10 anos, como seria? 

“Como a Traive criou a tecnologia que mudou a dinâmica financeira do setor mais importante para o planeta”

Quais foram os seus principais aprendizados como empreendedor até agora?

Por uma característica minha, nunca fui arrogante, nunca achei que sabia de tudo, sabia que a minha vida em banco de investimento era limitada. Cheguei em um ponto em que eu tinha oito telas ao meu redor, 40 sistemas abertos ao mesmo tempo e muitas  vozes saindo de uma caixinha. Ali eu não interagia com as pessoas que estão construindo, fazendo, empreendendo. Não parecia o mundo real. Esse foi o motivo pelo qual eu saí e resolvi pedir demissão em um momento que talvez fosse o melhor da minha carreira. 

Eu me encantei e aprendi muito sobre o mundo do empreendedorismo. Aprendi a admirar e valorizar ainda mais e acredito que a minha grande lição foi perceber que tudo gira em torno de pessoas. Por isso, no fim das contas, as soft skills são as que mais importam. Se você for bom com pessoas e não for cego para problemas técnicos, você está muitos  passos à frente. 

Quem é o Fabricio fora da Traive? Quais são os seus hobbies?

Confesso que passei a me dedicar menos aos meus hobbies com o empreendedorismo. Mas sempre fui muito apaixonado por esportes. Eu fiz corrida de montanha, ultramaratonas, joguei todos os esportes e competi em quase todos. A vida de empreendedor deu uma travada nestes hábitos, mas hoje faço os que exigem menos tempo e que posso fazer sozinho. Brinco com a Aline que a próxima empresa vai ser de tecnologia de esporte porque amamos muito isso.

Acredito muito que o esporte ajuda a regular e dispersar nossa energia, focar e espairecer. Quando vim para o MIT, experimentei o remo. E me encantei com a forma com que as oito pessoas do barco precisam estar em sincronia. Há uma disciplina no movimento e é lindo de ver.  De fora parece um organismo único e muito simétrico, mas dentro do barco as pessoas têm que ter características diferentes para que o conjunto performe bem. O remador do meio precisa ser mais forte, o da frente imprime o ritmo e a de trás dá a direção, por exemplo. É uma característica que traz muitas lições para qualquer empresa.

O que te inspira?

O que me inspira é ver que os stakeholders (incluindo investidores, clientes e funcionários)  abraçaram e entenderam o fato de que estamos fazendo algo game changer. Isso gera uma pressão naturalmente, mas gera também um equilíbrio das pessoas entenderem o que estamos fazendo aqui. Me inspira termos conseguido colocar algo pra fora que inspirou outras pessoas e trouxe confiança.

Para fechar, uma (ou mais) dicas de conteúdo.

Os que tem sido bastante úteis nessa minha fase são o The Hard Things About Hard Things e o Disciplined Entrepreneurship, talvez um dos mais vendidos e traduzidos no mundo neste segmento. Ele dá um bom framework para quem está começando neste mundo do empreendedorismo.

Juliana Baranowski

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