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Rebranding Astella, e os desafios do posicionamento da nossa marca

Me lembro bem quando almocei com o Edson e o Martino em um dia quente qualquer de 2015. Eu ainda estava como sócio da Loducca, e eles no início da jornada do fundo Journey II. A conversa era sobre a dificuldade em transmitir o que era a Astella e como isso poderia ser mais fácil se tivessem um posicionamento mais claro e bem polido. Sugeri uma conversa com um consultor de branding, que ouviria investidores, empreendedores e eles próprios para ajudar a clarear essa questão.
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Rebranding Astella, e os desafios do posicionamento da nossa marca
Rebranding Astella, e os desafios do posicionamento da nossa marca

Me lembro bem quando almocei com o Edson e o Martino em um dia quente qualquer de 2015.

Eu ainda estava como sócio da Loducca, e eles no início da jornada do fundo Journey II.

A conversa era sobre a dificuldade em transmitir o que era a Astella e como isso poderia ser mais fácil se tivessem um posicionamento mais claro e bem polido.

Sugeri uma conversa com um consultor de branding, que ouviria investidores, empreendedores e eles próprios para ajudar a clarear essa questão.

Também disse que suspeitava que seria necessário um olhar de um bom designer. Que achava o logo da Astella bom, mas que um olhar de algum craque poderia dar um upgrade interessante.

Eles se animaram e perguntaram quanto achava que iria ser necessário investir no processo todo.

Estimei um número, eles fizeram aquela cara de conteúdo… e resolvemos pedir um café mesmo.

Fast forward para o final de 2017.

O fundo Journey III nascendo, a chegada do Sato, e mais um monte de mudanças acontecendo no mercado e a Astella resolve finalmente encarar o desafio de repensar sua missão e seus valores.

Entram em cena Pia Parente e Cintia Martin, que mal sabiam que aquele seria talvez um dos mais longos jobs de suas brilhantes carreiras.

Uns meses mais adiante e eu oficializei a minha entrada como sócio na Astella, e então aquela sugestão de 4 anos antes caiu no meu próprio prato, virou meta.

Porque uma revisão de nosso posicionamento?

A Astella é uma das pioneiras do Venture Capital no Brasil. Nasceu em 2008, em um momento onde pouquíssima gente falava em empreendedorismo, seed money ou serie A.

A taxa de juros fechou aquele ano em 13,75%, crise global assombrando os mercados e o Edson e a Laura resolvem tentar captar o fundo Journey I.

Não conseguiram captar um centavo entre investidores, e acabaram bancando a aposta com capital próprio mais do Martino que chegava logo na sequência.

Esses momentos iniciais são fundamentais na jornada de qualquer um.

E talvez essa mesma dificuldade inicial tenha criado o pilar de uma visão orientada aos fundamentos que nos guia até hoje.

Aí o mercado virou.

As startups de tech iniciaram uma forte aceleração, os termos unicórnios e deca-córnios se popularizaram, mas mantivemos nossa tese e nossa crença em como o crescimento exponencial deveria ser construído.

O fundo Journey II foi reflexo disso, e tem em seu portfolio empresas como RD e Omie, exemplos claros de que é possível construir uma empresa de 0 a 100 milhões de receita em 5 anos.

Não seguimos a tendência de criar um momento ao redor dos investimentos, seguimos firmes em nossa visão fundamentalista de venture capital, mas incapazes de facilmente transmitir isso a todos.

Desafio 1: Trabalhar com uma consultoria.

Uma relação com profissionais de consultoria depende do talento deles de um lado (e elas tem de sobra) e da dedicação de quem contrata o trabalho para construir uma relação (e isso nós não estávamos fazendo muito bem na largada).

Também queríamos transmitir aquilo tudo que pensamos, com aquele jeito Yoda do Rigonatti de falar.

A crença no empreendedor missionário, o crescimento exponencial, a transmissão de conhecimento como ferramenta básica, a construção de uma relação com os founders, o fomento do ecossistema como um todo. Resumindo, muita conversa, muitas entrevistas, e quase 15 meses de trabalho. Acho que a Pia já encarou jobs muito maiores em muito menos tempo, mas honestamente valeu muito a pena.

Desafio 2: Reboot.

Perguntas da Pia:

"Porque vocês trabalham com Venture Capital?"

"O que vocês querem para a Astella em 10 anos?"

Depois de quase 10 anos non-stop, a Astella descobriu que era hora de rebootar e colocar os conceitos de maneira clara sobre a mesa.

Deu certo. A máquina religou mais rápida, mais animada.

O processo nos ajudou a refletir quem somos, o que queremos ser, o que precisamos fazer e principalmente: o que queremos deixar como legado no país e na sociedade em que vivemos.

Saímos desse processo melhores, mais fortes e certos daquilo que vamos construir ao longo dos próximos.

Desafio 3: Tem que ficar lindo.

Conheci o Julio Andery no final dos anos 90. Ele saindo da DM9 e eu chegando.

Nossas carreiras não se cruzaram mais. Fora um evento aqui e outro ali.

Um dia o Rigo me fala: "precisamos almoçar com um cara incrível, um diretor de arte que saiu da Almap e tá com uma proposta de trabalho diferente… ele é pai do melhor amigo do meu filho na escola, uma figura."

Adivinha quem era a tal figura…

De quebra a Laura e o Julio ainda se re-encontraram, tinham amigos em comum nos tempos dos vinte e poucos anos.

Foi moleza decidir que ele seria o cara para nos ajudar nessa etapa.

Entra em cena o Julio, com sua recém cultivada barba estilo lenhador, ao lado do Roger Possato.

Naquele almoço expliquei o que a gente fazia, porque ele não tinha a menor idéia o que era Venture Capital, e em mais 2 reuniões alinhamos com nossas expectativas e a evolução do trabalho da Pia + Cintia.

et voilá…

O nome Astella

Isso não mudou.

Astella vem do radical em latim que dá origem a palavra estaleiro.

É o lugar onde se fazem coisas com ciência e arte. É isso que inspira nosso jeito de ser e fazer.

Investimos na geração de empreendedores que vai mudar o futuro do Brasil.

Essa é a frase que define as nossas escolhas de investimento.

Procuramos (muito) uma frase curta e simples que resumisse nossa busca, para quando só temos aqueles 3 segundos da atenção de alguém.

As escolhas para a Astella são fundamentais, pois escolhemos e somos escolhidos o tempo todo.

Nossas escolhas nos diferenciam e dizem quem somos.

O que buscamos em nossas escolhas de investimentos?

Os 4 Ps da Astella:

Pessoas

Ousadas, corajosas, talentosas, inspiradoras, com um propósito, que buscam deixar um legado, que querem mudar o mundo pragmático, com 10 mil horas de vôo. E com muita, mas muita capacidade de aprendizagem

Produtos

Catalisador da mudança, com um novo modelo mental, uma nova aplicação,
de uso recorrente, com boa arquitetura, indispensáveis, com tecnologia, digitais, em grandes mercado.

Em suma: 10 vezes melhores do que a alternativa existente.

Processos

Com fundamentos consistentes, eficientes, escaláveis, bem estruturados, máquinas que funcionam, times coesos e complementares, com potencial de crescimento exponencial.

Participação

Clara, justa, transparente, com a construção de uma relação de longo prazo
que cria valor para todas as partes.

Nosso logo

Em 10 anos a Astella teve 2 logos. O primeiro de vida curta, e pouco inspirador fui achar em um email antigo arquivado.

O segundo que teve vida mais longa, já buscava inspiração na sequência de Fibonacci.

Mas chegou a hora de termos nosso momento Marie Kondo com ele, agradecer por tudo aquilo que vivemos ao lado dele, e evoluir.

O novo logo toma como base de partida o anterior e sugere o começo e a evolução de uma jornada empreendedora através do crescimento exponencial, sempre com Fibonacci como pano de fundo.

O resultado criado pela dupla Julio+Roger da Lavanderya é esse:

Enfim:

No universo B2B muitas vezes o trabalho de branding e design é colocado em segundo plano.

Na minha experiência ele é algo fundamental em qualquer segmento. Sempre.

Um alinhamento com os stakeholders, a sociedade e o ambiente no qual estamos inseridos.

Um ponto central que quando construído com elementos verdadeiros, e bem executado facilita a compreensão do seu propósito de negócios, ajuda o processo de vendas, aumenta a atratividade para os talentos que consideram um dia vir trabalhar em sua empresa, e principalmente fala tudo sobre quem é você e quais são seus valores sem precisar se debruçar meia hora sobre uma apresentação de credenciais.

A informação está nos detalhes. E estamos orgulhosos dos nossos.

Se escolhemos e somos escolhidos o tempo todo, temos certeza de que fizemos uma grande escolha em trabalhar ao lado de pessoas brilhantes para nos ajudar a construir esse evolução, mas acima de tudo porque tivemos o privilégio de termos sido escolhidos por eles.

Obrigado: Pia, Cintia, Julio e Roger.

Daniel Chalfon

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Daniel Chalfon

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